quarta-feira, 21 de abril de 2010

Luís de Camões

Amplamente traduzido e admirado, é considerado por muitos a figura cimeira da língua e da literatura portuguesas. São suas a colectânea das Rimas (1595, obra lírica), o Auto dos Anfitriões, o Auto de Filodemo (1587), o Auto de El-Rei Seleuco (1645) e Os Lusíadas (1572)


Um dos poemas mais conhecidos do autor:
"Amor é fogo que arde sem se ver"

                                                       Amor é fogo que arde sem se ver;
                                                       É ferida que dói e não se sente;
                                                       É um contentamento descontente;
                                                       É dor que desatina sem doer;

                                                       É um não querer mais que bem querer;
                                                       É solitário andar por entre a gente;
                                                       É nunca contentar-se de contente;
                                                       É cuidar que se ganha em se perder;

                                                       É querer estar preso por vontade;
                                                       É servir a quem vence, o vencedor;
                                                       É ter com quem nos mata lealdade.

                                                       Mas como causar pode seu favor
                                                       Nos corações humanos amizade,
                                                       Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
                                                       
                                                                                    Luís de Camões

Eça de Queirós - A Républica... antes da Républica

José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de Novembro de 1845 — Paris, 16 de Agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores lusos.[1] Foi autor, entre outros romances de importância reconhecida, de Os Maias e O crime do Padre Amaro este último por muitos considerado o melhor romance realista português do século XIX.
Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida em Monção em 1826. O pai de Eça de Queirós, magistrado e par do reino, convivia regularmente com Camilo Castelo Branco.
Morreu em 16 de Agosto de 1900 na sua casa de Neuilly, perto de Paris. Teve funeral de Estado[4]. Está sepultado em Santa Cruz do Douro.




A Geração de 70, ou Geração de Coimbra, foi um movimento académico de Coimbra que veio revolucionar várias dimensões da cultura portuguesa, da política à literatura, onde a renovação se manifestou com a introdução do realismo.
Num ambiente boémio, na cidade universitária de Coimbra, Antero de Quental, Eça de Queiroz, Oliveira Martins, entre outros jovens intelectuais, reuniam-se para trocar ideias, livros e formas para renovação da vida política e cultural portuguesa, que estava a viver uma autêntica revolução com os novos meios de transportes ferroviários, que traziam todos os dias novidades do centro da Europa, influenciando esta geração para as novas ideologias. Foi o início da Geração de 70.
A Geração de oiro de Coimbra acabou por não conseguir fazer mais nada, muito menos executar os seus planos que revolucionaria o pais, e acabando por considerarem-se "os vencidos da vida".




quarta-feira, 14 de abril de 2010

Uma Vida d'Escrita (12 a 16 de Abril)- POETAS LUSÓFONOS

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

"Carlos Drummond de Andrade (Itabira do Mato Dentro [Itabira] MG, 1902 - Rio de Janeiro RJ, 1987) formou-se em Farmácia, em 1925; no mesmo ano, fundava, com Emílio Moura e outros escritores mineiros, o periódico modernista A Revista. Em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde assumiu o cargo de chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde, que ocuparia até 1945. Durante esse período, colaborou, como jornalista literário, para vários periódicos, principalmente o Correio da Manhã. Nos anos de 1950, passaria a dedicar-se cada vez mais integralmente à produção literária, publicando poesia, contos, crônicas, literatura infantil e traduções. Entre suas principais obras poéticas estão os livros Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Poemas (1959), Lição de Coisas (1962), Boitempo (1968), Corpo (1984), além dos póstumos Poesia Errante (1988), Poesia e Prosa (1992) e Farewell (1996). Drummond produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX. Forte criador de imagens, sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo a partir dos problemas pessoais, em versos que ora focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos, ora os embates sociais, o questionamento da existência, e a própria poesia. "

Quadrilha


João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

 
As sem razões do amor


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

A mensagem que se encontra a circular hoje por telemóvel é:
 
"Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga."

Fonte:
http://www.astormentas.com/

Le jour des crêpes

La Chandeleur


Le 2 février, on fait sauter les crêpes ! Certaines personnes disent que « faire sauter » les crêpes avec un objet en or dans la main porte bonheur !

Le 25 février, on a fait des crêpes aussi dans notre école. Tout a commencé dans la cantine où on a préparé la pâte et après on a fait sauter les crêpes. Dehors à l’entré de l’édifice 3, on les a vendues au chocolat, à la confiture et au sucre. Tout le monde a adoré et a demandé d’en faire un autre jour.


terça-feira, 13 de abril de 2010

Bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano

Poeta, romancista e historiador, Alexandre Herculano nasceu há 200 anos, a 28 de Março de 1810.
A maior influência de Herculano na cultura portuguesa é como historiador, e para o seu esforço de conferir à investigação histórica características de rigor científico muito terá contribuído a circunstância de desde novo ter frequentado bibliotecas públicas e de ele próprio ter exercido o cargo de Bibliotecário-mor das Bibliotecas da Ajuda e das Necessidades, vivendo e trabalhando perto das fontes que lhe fundamentaram o estudo.
Esse mesmo desígnio de rigor na investigação terá levado Herculano ao trabalho de recolha de lendas e narrativas tradicionais, de que “A Dama Pé-de-Cabra” faz parte, aí se inscrevendo um esforço de conhecimento exaustivo do imaginário popular, dos seus ingredientes, das suas variantes e, até, da sua carga poética, como componente não despicienda, antes complementar, da compreensão da identidade nacional, desde que fundamentada em factos e fontes documentais. Não deixando, pois, de se servir também desses textos de ficção como testemunhos de um património escrito e porventura oral da sabedoria popular ou dos seus fantasmas, Alexandre Herculano rejeitou porém, por princípio, a legitimidade de se fazer história na base de qualquer forma de manipulação de tais ingredientes menos passíveis de comprovação científica – atitude e escrúpulo que justamente o identificaram e de algum modo positivamente isolaram para a historiografia moderna em Portugal.

A Dama Pé de Cabra


Vós os que não credes em bruxas, nem em almas penadas, nem nas tropelias de Satanás, assentai-vos aqui ao lar, bem juntos ao pé de mim, e contar-vos-ei a história de D. Diogo Lopes, senhor de Biscaia.
E não me digam no fim: "Não pode ser." Pois eu sei cá inventar cousas destas? Se a conto, é porque a li num livro muito velho, quase tão velho como o nosso Portugal. E o autor do livro velho leu-a algures ou ouviu-a contar, que é o mesmo, a algum jogral em seus cantares.
É uma tradição veneranda; e quem descrê das tradições lá irá para onde o pague.
Juro-vos que, se me negais esta certíssima história, sois dez vezes mais descridos do que S. Tomé antes de ser grande santo. E não sei se eu estarei de ânimo de perdoar-vos, como Cristo lhe perdoou.
Silêncio profundíssimo; porque vou principiar.
D. Diogo Lopes era um infatigável monteiro: neves da serra no Inverno, sóis dos estevais no Verão, noites e madrugadas, disso se ria ele.
Pela manhã cedo de um dia sereno, estava D. Diogo em sua armada, em monte selvoso e agreste, esperando um porco-montês, que, batido pelos caçadores, devia sair naquela assomada.
Eis senão quando começa a ouvir cantar ao longe: era um lindo, lindo cantar.
Alevantou os olhos para uma penha que lhe ficava fronteira: sobre ela estava assentada uma formosa dama: era a dama quem cantava.[…]

In HERCULANO, Alexandre. Lendas e narrativas, volume II, prefácio e revisão de Vitorino Nemésio, verificação do texto e notas de António C. Lucas, Lisboa, Bertrand, 1970, pp. 21-28.

Fonte: http://www.iplb.pt/sites/DGLB/Portugu%C3%AAs/noticiasEventos/Paginas/BICENTEN%C3%81RIODONASCIMENTODEALEXANDREHERCULANO.aspx

Uma Vida d' Escrita (12 a 16 de Abril)-POETAS LUSÓFONOS


MIA COUTO

Mia Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Foi director da Agência de Informação de Moçambique, da revista Tempo e do jornal Notícias de Maputo.




Tornou-se nestes últimos anos um dos ficcionistas mais conhecidos das literaturas de língua portuguesa. O seu trabalho sobre a língua permite-lhe obter uma grande expressividade, por meio da qual comunica aos leitores todo o drama da vida em Moçambique após a independência.

                                                                      Para Ti
 
Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre


Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

A mensagem que está a circular hoje, dia 13, por telemóvel, é:

"Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo"





Uma Vida d' Escrita 12 a 16 de Abril)

POETAS LUSÓFONOS

Odete Semedo (Maria Odete da Costa Semedo), nasceu em Bissau, capital da Guiné-Bissau, a 7.11.1959, onde fez os estudos primários e secundários. Aos 18 anos iniciou as suas actividades como professora.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, pela FCSH da Univ. Nova de Lisboa (1989/1990).
Foi professora de língua portuguesa, Directora da Escola Normal Superior “Tchico Té” e professora colaboradora da Universidade Colinas de Boé, ambas em Bissau. A partir de 1995 passou a desempenhar as funções de Directora Geral do Ensino. Coordenou, entre outras actividades, o Projecto “Expansão e Melhoria Qualificativa do Ensino da Língua Portuguesa”, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Foi co-fundadora e é membro do Conselho de Redacção da Tcholona, Revista de Letras, Artes e Cultura, 1996, onde publicou trabalhos ensaísticos e de intervenção cívica.
Foi Ministra da Educação Nacional (1997-1999) e também Presidente da Comissão Nacional para a UNESCO, em Bissau. É actualmente pesquisadora do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas(INEP-Bissau), para as áreas de Educação e Formação, e, recentemente, desempenhou o cargo de Ministra de Saúde Pública no seu país (2004-2005.).
É doutoranda em Letras na PUC Minas, em Belo Horizonte Brasil. A sua linha de pesquisa é Identidade e alteridade na literatura. O seu estudo tem por objecto a Tradição oral guineense, concretamente: as cantigas de “dito” de grupos femininos guineenses, as mandjuandadi.
Foi eleita a escritora do ano pelos jovens jornalistas da Agência Bissau Media e Publicações, em 2003.
Traduziu para crioulo o guião do filme Olhos Azuis de Yonta (1991), realizado por Flora Gomes, a quem prestou assistência na rodagem desse filme.
Em 2006, organizou a exposição Falas di Panus, em PUC Minas, Belo Horizonte, onde se encontra, desenvolvendo atividades ligadas a sua Pós-Graduação em curso.

« Quisera
nesta vida
… afagar teus cabelos
sugar o doce dos teus olhos
transportar em arco-íris
o néctar da tua boca
e juntos caminharmos
ante a ânsia e o sonho … » [ix]

« A vida
nasce de gotas de Amor
- - a morte
acontece no tempo
entre mim e a vida
paira um vácuo
- - com sorriso
aguardo o destino [x].


A mensagem que circulou ontem, dia 12,  por telemóvel, foi:
"Quisera
nesta vida
… afagar teus cabelos
sugar o doce dos teus olhos
transportar em arco-íris
o néctar da tua boca
e juntos caminharmos
ante a ânsia e o sonho … »