Padre António Vieira, nasceu em 1608, em Portugal, e morreu em 1697, no Brasil. É ele a mais alta personalidade do Barroco luso-brasileiro. Durante seus 89 anos de vida, Padre Vieira participou activamente da Companhia de Jesus e da política portuguesa. Seu nome permanece como o maior orador jesuítico em língua portuguesa, famoso por seus Sermões.
Padre Vieira pensou todas as questões em pauta em sua época, o que explica a vastidão de sua obra e de sua acção política. É impressionante a quantidade de desdobramentos que, ultrapassando as limitações sacerdotais, Padre Vieira apresenta em sua actuação. Ele foi religioso, padre, missionário, teólogo, exegeta, pregador, escritor, conselheiro, político, diplomata, defensor de índios, negros e cristãos novos, observador dos astros e da natureza, defensor da tolerância religiosa, desafiador da Inquisição, perscrutador das Escrituras, adivinho do futuro. Toda essa dinâmica acabou resultando em fortes e fatais dissabores políticos e religiosos contra ele.
No entanto, apesar das cassações religiosas, acusações heréticas e exílios, Padre Vieira deixou-nos uma vasta e importante obra. Escreveu, além de mais de quinhentas cartas, obras de profecia: História do Futuro, Esperanças de Portugal e Clavis Prophetarum. E, claro, os Sermões (15 volumes, 13 publicados entre 1679 e 1690, e 2 volumes entre 1710 e 1718).